Greves paralisam metrô, trens e travam o trânsito em SP

23/05/2012 08:58

 


Greves paralisam metrô, trens e travam o trânsito em SP
Metroviários descumprem decisão judicial e cruzam os braços. Duas linhas da CPTM também não operam. Capital tem mais de 100 km de congestionamento


Metroviários realizam assembleia para decidir greve em SP (Almeida Rocha/Folhapress)


A quarta-feira começou complicada para os paulistanos, sobretudo para os que dependem de transporte público. Greves paralisam parcialmente o metrô e a CPTM desde a meia-noite. No metrô, funcionam apenas as linhas 5-Lilás e 4-Amarela. A linha 1-Verde opera parcialmente entre as estações Ana Rosa e Clínicas. Além disso, as linhas 11-Coral (Estação da Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) da CPTM também não funcionam, em razão da greve do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, igualmente decretada nesta terça-feira à noite.


Por causa da greve, o rodízio de veículos com placas de final 5 e 6 estará suspenso, segundo a CET. Já a SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese), ampliando o atendimento de ônibus entre as estações afetadas. Os pontos, porém, estão lotados. A situação provoca reflexos no trânsito. Às 7h50 eram registrados 150 quilômetros de lentidão nas ruas e avenidas da cidade, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, a CET. As regiões mais congestionadas são a Zona Sul, com 71 km, e a Zona Leste, com 32 km.


Em Itaquera, na Zona Leste, usuários do metrô que não conseguiram embarcar realizaram um protesto, bloqueando a Radial Leste. A Polícia Militar e a Tropa de Choque precisaram ser acionadas.


Decisão judicial – A decisão dos metroviários contrariou uma determinação da Justiça, que proibiu a paralisação. Uma audiência de conciliação entre representantes da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e do sindicato da categoria para discutir o reajuste dos trabalhadores foi convocada pela Justiça do Trabalho e aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.


Sem o acordo entre as partes, a desembargadora Anélia Li Chum decidiu que, em caso de greve, os funcionários devem manter 100% do efetivo nos horários de pico (de 5 horas às 9 horas e de 17 horas às 20 horas) e 85% nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato terá de pagar multa diária de 100.000 reais. A desembargadora ainda proibiu a liberação das catracas nesta quarta, o que a categoria planejava em protesto contra a negativa da Companhia do Metropolitano de permitir a paralisação.


Reajuste – Apesar de decidida somente na noite desta terça, a greve já estava sendo discutida há alguns dias. Em campanha salarial, os metroviários não aceitaram a proposta de reajuste de 5,71%, mais 1,5% de aumento real, oferecida pela direção da companhia.


Os trabalhadores exigem reajuste salarial de 5,13% e 14,99% de aumento real, além de vale alimentação de 280,45 reais e 23,44% de aumento no vale refeição. A negociação do reajuste foi paralisada na semana passada, quando dois trens se chocaram na linha 3-Vermelha e deixaram ao menos 49 pessoas feridas. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo marcou uma nova assembleia para esta quarta-feira, ao meio-dia.

 

Fonte: Jornal Florida

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