Médicos pedem maior rigor nas blitze da Lei Seca

25/09/2012 10:27

É preciso aumentar a fiscalização de motoristas que bebem antes de dirigir e apertar a punição dos infratores que cometem crimes ao volante. A opinião é do médico Edilson Forlin, coordenador de Ações Institucionais da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), que lança em São Paulo, na terça-feira (25), Dia Nacional do Trânsito, a campanha Álcool e Direção, uma mistura que não combina.


— O álcool é um dos principais causadores de acidentes no País.


Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados pela SBOT, metade das mortes em acidentes está relacionada ao uso do álcool.


— É preciso fiscalizar e punir os infratores com rigor.


Segundo o médico, os acidentes de trânsito consomem quase 2% do PIB. Ele recorre a dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que mostram despesa com acidentes urbanos e nas estradas no País em R$ 33 bilhões por ano (2003 e 2006). Considerando o atual PIB brasileiro, o custo com acidentes equivale a R$ 80 bilhões.


O ortopedista lembra que uma internação para tratamento de ferido grave em acidente custava, em média, R$ 92 mil, segundo estudo do Hospital das Clínicas, em 2003.


Forlin diz que o estudo acompanhou 548 pacientes por seis meses na capital.


— Esse estudo do HC-USP mostra ainda que um paciente com danos moderados pode ter custo médio de R$ 14,9 mil.


Ele lembra que a redução dos acidentes ajudaria a liberar leitos hospitalares para tratamentos de outras enfermidades. Em 2007, para cada morto em acidente havia dez feridos graves. Segundo o especialista, as pessoas não dão importância a acidentes que não tenham registrado mortes.


— Mas esses feridos que vão impactar fortemente o sistema de saúde.


A campanha explica que o álcool é depressor do sistema nervoso central e que o consumo de uma lata de cerveja ou de uma taça de vinho é suficiente para um motorista ser multado. "Dirigir depois de ingerir duas ou três doses já é crime", afirma a SBOT.


FONTE:Potal de Trânsito